ArtigosEdição 003Stanley Lindoso Viana

Sob a sombra da injustiça

Um cidadão brasileiro trabalha em média por seis meses apenas para pagar os impostos. Desse dinheiro arrecadado, quase nada é convertido em algum benefício para a população – o povo padece lentamente sob a toada do samba e da alegria do futebol – e os impostos só aumentam.

O salário de um ministro do STF, que nós bancamos, gira em torno de R$ 44.008,52 com previsão de aumento para R$ 46.366.19 a partir de fevereiro de 2026; isso sem contar os penduricalhos como carros blindados, bufet para refeições nababescas, carta de vinhos importados e uso exclusivo de jatinhos da FAB. Mesma coisa com os salários de deputados federais e senadores que giram em torno de R$41.650,92 a R$$44.082,52 e com previsão de aumento ano que vem.

Agora cheguei aonde queria. O SUS paga R$10 por consulta médica e um médico ganha R$20 reais por consulta pelo SUS. É este o valor de sua saúde. É isso que você vale para o governo: dez reais.

Enquanto você samba ou grita no estádio, você é tratado apenas como um pedaço de carne e nada mais. Esqueci de mencionar que todos têm (senadores, ministros do STF, deputados federais), inclusive os familiares, direito a serem atendidos no Hospital Sírio-Libanês. É vitalício, mesmo depois de seus mandatos terminarem.

E detalhe, não existe oposição para confrontar este disparate. Nessas horas a situação e a oposição andam de mãos dadas, as duas em silêncio colhendo as benesses que somente a União dispõe. Tudo está errado neste país… Tudo e não vejo uma luz no fim do túnel. Estamos à própria sorte.

Uma coisa pouca gente se dá conta, mas onde a justiça não existe, não existe também a democracia. E agora vem a pergunta: realmente vivemos em uma democracia?

Por Stanley Lindoso Viana