Se o mal vem pelo leste, vá para o oeste

Que a vida é complicada, todos nós temos consciência disso, pelo menos todos que raciocinam ou analisam a vida de fato como ela é. Encarar a vida, para mim, na verdade, não é tão desgastante quanto enfrentar as pessoas. Claro que a vida massacra, judia e é impiedosa, mas as pessoas, aqueles que se chamam de seres humanos, são muito piores do que a vida mais dura que possamos enfrentar.

A maldade, a frieza, a covardia e a traição de certas pessoas machucam e maltratam muito mais do que a própria vida. Isso nos torna passageiros da agonia, pois, em certos momentos, não temos em que ou em quem nos apoiar. Percebo, com dor no coração, que as maiores traições e os maiores abandonos vêm justamente daquelas pessoas que estão por perto. Quanto mais próximas, mais profundas são as facadas nas costas. Traições.

Podemos nos afastar, manter distância, mas tornamos invariavelmente a cruzar com esses seres sem alma. Esses desalmados nunca mudam, apenas aprimoram e elevam o nível de suas crueldades, tornando-se ainda mais arrogantes, doentes de espírito e impiedosos. Desses monstros quero e vou manter distância. A vida já é complicada, e dividi-la com pessoas tão complicadas quanto ela é um fardo que não estou nem um pouco disposto a carregar.

Essa sobrecarga nos traz doenças tanto no corpo quanto na alma, e essas sequelas são reais e impactam nossas vidas. Elas sugam nossas energias, consomem nossos espíritos e, às vezes, sequer sabemos por que estamos deprimidos, cansados e com síndrome de rejeição. Isso acontece por causa desses seres nefastos que cruzam nossos caminhos apenas para sugar nossas forças. A única arma que temos para tentar nos proteger de víboras como essas é mantê-las a um palmo de distância no mapa-múndi.

Certa vez ouvi de um poeta: “Se o mal vem pelo leste, vá para o oeste, homem”. E com o passar dos anos, talvez pela chegada da idade e do amadurecimento, percebi que esse conselho, essa frase, soa como uma lição de vida, uma poesia que nos ensina a evitar que o mal sugue nossa energia, seja quem for.

E, uma vez tomada essa decisão de me afastar, aconteça o que acontecer, não retrocedo, pois sei do meu caráter e do meu valor. Também sei que cobras, éguas e outros bichos não mudam sua natureza. Podem fingir que mudaram, mas o mal nunca muda, apenas troca de pele e de face. Por isso, prefiro me cuidar e, pela sanidade da minha alma, me afastar. É como bem disse o poeta: “Se o mal vem pelo leste, vá para o oeste, homem”.

Autor

  • Sobre o autor

    Léo Vilhena é fundador da Rede GNI e atua há mais de 25 anos como jornalista e repórter, com passagens por veículos como Jornal Unidade Cristã, Revista Magazine, Rede CBC, Rede Brasil e Rede CBN/MS. Recebeu o Prêmio de Jornalista Independente, em 2017, pela reportagem “Samu – Uma Família de Socorristas”, concedido pela União Brasileira de Profissionais de Imprensa. Também foi homenageado com Moções de Aplausos pelas Câmaras Municipais de Porto Murtinho, Curitiba e Campo Grande.

    Foi o primeiro fotojornalista a registrar, na madrugada de 5 de novembro de 2008, a descoberta do corpo da menina Raquel Genofre, encontrado na Rodoferroviária de Curitiba — um caso que marcou a crônica policial brasileira.

    Em 2018, cobriu o Congresso Nacional.

    Pai de sete filhos e avô de três netas, aos 54 anos continua atuando como Editor-Chefe da Rede GNI e colunista do Direto ao Ponto, onde assina artigos de opinião com olhar crítico, humano e comprometido com a verdade.


    "Os comentários constituem reflexões analíticas, sem objetivo de questionar as instituições democráticas. Fundamentam-se no direito à liberdade de expressão, assegurado pela Constituição Federal. A liberdade de expressão é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal brasileira, em seu artigo 5º, inciso IV, que afirma que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato"


    NOTA | Para ficar bem claro: utilizo a Inteligência Artificial em todos os meus textos apenas para corrigir eventuais erros de gramática, ortografia e pontuação.

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