Cada vez mais percebo que estudar e se dedicar se tornou quase uma afronta para aqueles que não conseguem sequer terminar a leitura de um gibi.
É como se o simples ato de buscar conhecimento fosse um espelho incômodo que revela as próprias escolhas e omissões de quem prefere viver na inércia.
Suas conquistas, que poderiam inspirar, acabam soando como insultos para quem nunca tentou, quanto mais conquistou.
Vivemos tempos em que a mediocridade se tornou confortável e o esforço, suspeito. Quem acorda mais cedo para estudar ou passa noites em claro aprendendo algo novo é visto como “arrogante” ou “metido”.
Muitos se contentam em viver do mínimo e, ao se depararem com alguém que busca mais, sentem-se provocados. Não porque você tenha feito algo contra eles, mas porque seu crescimento expõe a estagnação que escolheram.
Não é fácil seguir nesse caminho. Dedicação exige renúncia, disciplina e a coragem de enfrentar críticas e solidão. Exige também a capacidade de lidar com olhares de desdém e comentários irônicos.
Mas é nesse desafio que se encontra o valor real do conhecimento. Estudar não é apenas acumular informações, é ampliar horizontes, fortalecer a mente e ganhar independência.
Quem aprende, pensa. Quem pensa, questiona. E quem questiona não é facilmente manipulado. Talvez por isso o esforço assuste tanto: ele liberta. E a liberdade incomoda quem prefere viver sob a sombra da ignorância.
Por isso, se suas conquistas despertarem incômodo, siga firme. Não se trata de provocar, mas de continuar crescendo apesar das pedras no caminho.
Porque, no fim, o verdadeiro insulto não está em estudar e se dedicar, mas em desperdiçar a vida sem sequer tentar.