Não interessa a versão, vale o fato

Logo de saída, deixa eu te explicar uma verdade: o título deste artigo foi extraído de uma frase que achei genial do jornalista e comentarista da Revista Oeste, mestre Jorge Serrão, @alertatotal, que citou ontem (21) no Jornal da Oeste, apresentado pela Pantera.

Achei tão genial, mesmo que seja uma frase curta, mas extremamente profunda, e explica em poucas palavras todo o cenário de caos social e político que enfrentamos nesse país.

Que país é esse?

Brasil.

Na política tupiniquim, versões, por vezes fantasiosas, são abundantes. Tem louco para tudo.


Em especial, a esquerda, os comunistas e a galerinha do proletariado moderno fabricam narrativas, escolhem palavras, distorcem trechos de falas e até criam manchetes que moldam o entendimento público. Mas o jornalismo sério, aquele que se coloca como um guardião da democracia e da verdade, precisa ter um norte claro: não interessa a versão, vale o fato.


#VivaOSerrão De verdade, achei essa frase muito brilhante.

Vivemos uma era de manipulação midiática intensa. Um ministro do Supremo Tribunal Federal, por exemplo, pode apresentar uma justificativa jurídica qualquer, ainda que seja frágil, para legitimar uma decisão que ultrapassa a letra da Constituição.

O que vale é a narrativa dele.

A versão oficial é servida de bandeja. E engula quem quiser, na paz e no amor.

Mas o fato é outro: não há respaldo legal.

Qualquer jurista, com dois neurônios, gritaria: vivemos dias de aberrações jurídicas.”

A sociedade precisa ser capaz de olhar para além da roupagem retórica e enxergar a realidade crua. Caso contrário, o Brasil seguirá refém de narrativas.

Esse fenômeno também está presente no campo da política partidária. O desgoverno atual insiste em vender a narrativa de que o país voltou a crescer, que a economia está no rumo certo e “as instituições funcionam em plena harmonia”.

É mentira. Estamos mais atolados do que Jeep na lama, enfrentando um off-road.


A versão tenta passar otimismo. Mas, repetirei: é mentira do Pinóquio de nove dedos.


O fato, no entanto, é que temos desemprego elevado, famílias endividadas e um Estado cada vez mais intervencionista, sufocando quem produz.

Entre discurso e realidade há um abismo.

Quando se trata da imprensa tradicional, a lógica se repete. Manchetes são cuidadosamente escritas para induzir o leitor a uma interpretação conveniente, muitas vezes alinhada a um projeto político.

A versão vira manchete, mas o fato, escondido nos parágrafos seguintes, fica reduzido a nota de rodapé.

É a velha tática de enterrar a verdade sob camadas de narrativa. O resultado é previsível: o público desinformado reage mais à versão do que ao fato. E isso, para um país que ainda luta por amadurecimento democrático, é um veneno diário.

É exatamente por isso que se deve cultivar o hábito da dúvida, da verificação e do confronto entre o que se diz e o que realmente acontece.

O cidadão que se contenta apenas com a versão arrisca ser manipulado.

O cidadão que exige os fatos, ainda que duros, constrói uma visão mais lúcida e livre. A diferença entre ser refém e ser protagonista está justamente nessa escolha.

Na política brasileira, onde a mentira muitas vezes se repete até parecer verdade, a defesa intransigente do fato é quase um ato de rebeldia.

É afirmar que a Constituição não é elástica a ponto de se curvar a interesses pessoais.

É lembrar que a economia não se sustenta em slogans, mas em números reais.

É destacar que a liberdade não pode ser relativizada ao sabor de quem ocupa o poder.

Não interessa a versão, vale o fato.

É uma frase simples, mas que deveria ser o mantra de qualquer cidadão que não aceita viver como espectador da própria história.


Nota: Desculpe, mestre Serrão, por “furtar” a sua frase sem prévia autorização. Mas, meu irmão urubu, foi de uma genialidade ímpar. Seu discípulo vascaíno!


Autor

  • Sobre o autor

    Léo Vilhena é fundador da Rede GNI e atua há mais de 25 anos como jornalista e repórter, com passagens por veículos como Jornal Unidade Cristã, Revista Magazine, Rede CBC, Rede Brasil e Rede CBN/MS. Recebeu o Prêmio de Jornalista Independente, em 2017, pela reportagem “Samu – Uma Família de Socorristas”, concedido pela União Brasileira de Profissionais de Imprensa. Também foi homenageado com Moções de Aplausos pelas Câmaras Municipais de Porto Murtinho, Curitiba e Campo Grande.

    Foi o primeiro fotojornalista a registrar, na madrugada de 5 de novembro de 2008, a descoberta do corpo da menina Raquel Genofre, encontrado na Rodoferroviária de Curitiba — um caso que marcou a crônica policial brasileira.

    Em 2018, cobriu o Congresso Nacional.

    Pai de sete filhos e avô de três netas, aos 54 anos continua atuando como Editor-Chefe da Rede GNI e colunista do Direto ao Ponto, onde assina artigos de opinião com olhar crítico, humano e comprometido com a verdade.


    "Os comentários constituem reflexões analíticas, sem objetivo de questionar as instituições democráticas. Fundamentam-se no direito à liberdade de expressão, assegurado pela Constituição Federal. A liberdade de expressão é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal brasileira, em seu artigo 5º, inciso IV, que afirma que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato"


    NOTA | Para ficar bem claro: utilizo a Inteligência Artificial em todos os meus textos apenas para corrigir eventuais erros de gramática, ortografia e pontuação.

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