O silêncio também é resposta.: Como lidar com a frieza do ser humano?

Sabe quando uma pessoa te ignora, não te atende, não responde às suas mensagens e de repente se torna fria com você?

Esse tipo de atitude já diz muito mais do que qualquer palavra. Às vezes, o silêncio e a indiferença são a forma mais clara de mostrar que algo mudou, e cabe a você decidir se continua insistindo ou se preserva a sua paz e dignidade.

Porque o silêncio já é uma resposta e, muitas vezes, é a mais transparente de todas. Deixe a pessoa ir.
Há situações em que a ausência de palavras revela muito mais do que qualquer justificativa. Quando alguém escolhe não responder, essa escolha comunica algo que, por mais duro que seja, precisa ser entendido e aceito. A pessoa não quer contato com você.

Insistir em falar com alguém que te evita ou ignora não é só insistência, é um desgaste silencioso e desnecessário.
Primeiro, porque corrói sua autoestima. É como se você precisasse se provar, como se seu valor estivesse em dúvida, quando, na verdade, não está. Ninguém precisa implorar por atenção.
Segundo, porque pode soar como invasão. Quanto mais você tenta quebrar o silêncio, maior o risco de afastar ainda mais a pessoa. E, nesse ponto, a situação deixa de ser apenas dolorosa e começa a se tornar humilhante.
Por último, porque entregar suas emoções a alguém que não demonstra reciprocidade é colocar seu poder nas mãos erradas. Você passa a depender da validação de quem já mostrou que não tem disposição para te oferecer presença.

Ir tirar satisfação, por mais tentador que seja, costuma ser um caminho sem retorno.
Não muda a atitude da pessoa. Se ela não quis se comunicar até aqui, dificilmente será um confronto que a fará mudar. Por isso eu nunca questiono quando uma pessoa não me responde.
Além disso, pode criar conflitos desnecessários. A tentativa de buscar clareza pode acabar expondo você, deixando sua fragilidade evidente, enquanto a outra parte permanece fria ou indiferente. Isso a faz sentir-se ainda mais poderosa sobre você.
E, no fim, esse gesto te coloca na posição de quem implora por explicação, quando a verdade é que ninguém precisa correr atrás de quem escolheu se calar.

Em vez disso, existe um caminho mais maduro e digno.
Aceitar o silêncio como um posicionamento ou resposta. Pode doer, mas é uma forma de encarar a realidade sem maquiar o que está acontecendo.
Se afastar com dignidade. Dar passos para trás não é sinal de fraqueza, é sinal de respeito por si.


É se proteger de quem não sabe ou não quer oferecer reciprocidade.


E, principalmente, valorizar quem responde, quem está presente, quem demonstra respeito e vontade de estar ao seu lado. Essas pessoas são as que merecem sua energia, sua entrega e sua confiança.

Silenciar, em muitos casos, também é um ato de força. É escolher não gastar palavras onde não há escuta. É preservar sua paz diante da ausência do outro. E, paradoxalmente, é nesse não reagir que está a resposta mais poderosa: a certeza de que você não precisa implorar por aquilo que deveria ser natural, respeito e reciprocidade.

Léo Vilhena

Autor

  • Sobre o autor

    Léo Vilhena é fundador da Rede GNI e atua há mais de 25 anos como jornalista e repórter, com passagens por veículos como Jornal Unidade Cristã, Revista Magazine, Rede CBC, Rede Brasil e Rede CBN/MS. Recebeu o Prêmio de Jornalista Independente, em 2017, pela reportagem “Samu – Uma Família de Socorristas”, concedido pela União Brasileira de Profissionais de Imprensa. Também foi homenageado com Moções de Aplausos pelas Câmaras Municipais de Porto Murtinho, Curitiba e Campo Grande.

    Foi o primeiro fotojornalista a registrar, na madrugada de 5 de novembro de 2008, a descoberta do corpo da menina Raquel Genofre, encontrado na Rodoferroviária de Curitiba — um caso que marcou a crônica policial brasileira.

    Em 2018, cobriu o Congresso Nacional.

    Pai de sete filhos e avô de três netas, aos 54 anos continua atuando como Editor-Chefe da Rede GNI e colunista do Direto ao Ponto, onde assina artigos de opinião com olhar crítico, humano e comprometido com a verdade.


    "Os comentários constituem reflexões analíticas, sem objetivo de questionar as instituições democráticas. Fundamentam-se no direito à liberdade de expressão, assegurado pela Constituição Federal. A liberdade de expressão é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal brasileira, em seu artigo 5º, inciso IV, que afirma que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato"


    NOTA | Para ficar bem claro: utilizo a Inteligência Artificial em todos os meus textos apenas para corrigir eventuais erros de gramática, ortografia e pontuação.

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