Após bravatas e insanidades, Lula quer dialogar com Donald Trump

De todo o meu coração, não sei se o bravateiro tropical finalmente caiu na realidade, está sendo discretamente empurrado para recuar ou apenas percebeu que suas provocações não causaram nem uma ruga na testa de Donald John Trump. O fato é que o tom mudou. E mudou como quem percebe que gritar no deserto só ecoa para si mesmo.

A velha imprensa aliada ao desgoverno amanheceu nesta terça-feira (29) divulgando que o chefe do Executivo agora quer conversar com o presidente dos Estados Unidos sobre os 50 por cento de tarifas impostas aos produtos brasileiros. Ah, o súbito amor pelo diálogo… sempre aparece quando o grito vira sussurro e o orgulho não cabe mais nem na própria vaidade.

Enquanto o mundo inteiro negocia com Trump, inclusive na base do pragmatismo, o nosso bravateiro optou por partir direto para o confronto. Porque, claro, diplomacia é coisa de amadores. Agora, surpreendentemente, começa a emitir sinais de recuo. É como aquele sujeito que entra no bar querendo brigar com todo mundo, mas, quando vê o tamanho dos seguranças, oferece um cafezinho.

Depois de chamar Trump de nazista, de oferecer jabuticabas como símbolo da soberania nacional, de lançar uma campanha “global” de desdolarização e de gritar aos quatro ventos que o Brasil é soberano, o presidente recuou. Talvez tenha percebido que gritar “independência ou morte” para quem nem escutou a primeira parte não funciona.

Mas, claro, impôs uma condição para o recuo: que o próprio Trump atenda ao telefone. Sim, você não leu errado. Ele quer conversar, desde que o presidente da maior potência econômica e militar do planeta largue tudo, ignore compromissos, ignore a agenda e, de preferência, corra para atender pessoalmente o celular. Imagina a cena?

Não sei se rio ou se choro, porque essa exigência é, no mínimo, tragicômica. É quase como exigir que o Papa vá até a casa do fiel para ouvir uma confissão de última hora.

E o mais curioso é que o próprio chefe do Executivo brasileiro não atende ao telefone. Para isso, tem assessores, tem intérpretes, tem ministros e, sobretudo, tem a Janja. Mas agora, como se tivesse se inspirado em roteiros de novela, ele quer um tête-à-tête com Trump… desde que Trump atenda primeiro. Cavalheirismo seletivo é isso?

Ele não quer negociar. Ele quer posar. Quer o espetáculo. E se possível com trilha sonora dramática e palmas ao fundo.

Aliás, será que ele também exige que Trump use o WhatsApp com figurinha personalizada e áudio de bom dia?


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  • Sobre o autor

    Léo Vilhena é fundador da Rede GNI e atua há mais de 25 anos como jornalista e repórter, com passagens por veículos como Jornal Unidade Cristã, Revista Magazine, Rede CBC, Rede Brasil e Rede CBN/MS. Recebeu o Prêmio de Jornalista Independente, em 2017, pela reportagem “Samu – Uma Família de Socorristas”, concedido pela União Brasileira de Profissionais de Imprensa. Também foi homenageado com Moções de Aplausos pelas Câmaras Municipais de Porto Murtinho, Curitiba e Campo Grande.

    Foi o primeiro fotojornalista a registrar, na madrugada de 5 de novembro de 2008, a descoberta do corpo da menina Raquel Genofre, encontrado na Rodoferroviária de Curitiba — um caso que marcou a crônica policial brasileira.

    Em 2018, cobriu o Congresso Nacional.

    Pai de sete filhos e avô de três netas, aos 54 anos continua atuando como Editor-Chefe da Rede GNI e colunista do Direto ao Ponto, onde assina artigos de opinião com olhar crítico, humano e comprometido com a verdade.


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