Vejo esse comportamento como o reflexo cristalino do desespero, da frustração e da miséria existencial de alguém que, ao se dar conta de que não manda no mundo, reage como uma criança mimada a quem tiraram o brinquedo. É um espetáculo triste, mas revelador. Não há grandeza na reação de quem se entrega ao impulso histérico diante da verdade. Há apenas a nudez de uma alma que nunca amadureceu.
Trata-se da dor insuportável de quem vive encastelado em sua vaidade e se recusa a aceitar que o Brasil pulsa por outras vias, que o povo brasileiro, cada vez mais consciente, não se curva diante de falsos deuses togados ou de autoridades que agem como se fossem divindades inquestionáveis. O poder que não respeita o povo é usurpação. A toga que não respeita a Constituição é apenas um manto de arrogância travestido de legalidade.
A simples constatação de que existem pessoas mais inteligentes, mais corajosas ou simplesmente mais lúcidas que ele provoca um colapso profundo no teatro de vaidades que construiu ao redor de si. É o colapso da ilusão de poder absoluto, algo que só existe nas mentes fracas que nunca compreenderam a verdadeira nobreza da autoridade. O poder legítimo não nasce da imposição, mas do respeito conquistado com virtudes.
O gesto, extremamente patético e grotesco, é completamente incompatível com o cargo, a função e a posição que ocupa na sociedade. Serve apenas para revelar o esgoto moral que habita esse sujeito. E não se trata apenas de falha de caráter, mas da falência completa de uma alma. É o retrato nu e cru de um espírito que foi consumido pela vaidade e pela sede de controle, e que, agora, diante do povo desperto, sente-se pequeno e impotente.
Como dizia Olavo de Carvalho, a ignorância combinada com pretensão é o traço mais perigoso de um canalha. E é disso que se trata aqui. Um canalha desesperado diante do espelho da realidade, que insiste em mostrar aquilo que ele mais teme: sua irrelevância. Não é mais o centro das atenções. Não dita mais os rumos com seus delírios de grandeza. Tornou-se, na verdade, um personagem caricato de um tempo que não voltará.
A reação patética de um adolescente emocionalmente instável revela, de forma trágica, a falência institucional de um sistema que já não se sustenta na confiança popular. A república está sendo corroída por vaidades pessoais e por uma sanha persecutória contra todos que ousam pensar diferente. O conservadorismo brasileiro, por outro lado, tem resistido. Com fé em Deus, amor à pátria e reverência aos valores da família, seguimos firmes, apesar de tudo.
Estamos diante de um momento histórico em que a verdade precisa ser dita com todas as letras. O Brasil foi sequestrado por um sistema que odeia a liberdade, que despreza a opinião do povo e que enxerga o cidadão comum como um obstáculo, não como a razão de ser do Estado. A elite do funcionalismo público, com raras exceções, se comporta como uma casta aristocrática sem qualquer vínculo com a realidade social. Eles não produzem, não geram riqueza, não enfrentam a violência nas ruas e tampouco compartilham da insegurança que impõem à população.
O mais grave é que esse distanciamento não é apenas funcional. É moral. A ausência de limites éticos e a certeza da impunidade criaram monstros institucionais. Homens que se julgam acima da lei, que tomam para si o poder de definir o que pode ou não ser dito, pensado, compartilhado. Usam a estrutura estatal para perseguir, calar, humilhar. Transformaram o Estado em um instrumento de vingança ideológica.
A liberdade de expressão, pilar central de qualquer nação civilizada, foi rebaixada a privilégio concedido sob critérios nebulosos. A censura, que antes era repudiada até mesmo pelas esquerdas, hoje é celebrada por aqueles que se dizem democratas. O pensamento único foi entronizado como dogma. Divergir virou crime. E a opinião se tornou prova em processos obscuros onde o réu já nasce condenado.
Mas o povo não é tolo. Há uma consciência crescente. Há um despertar coletivo que nenhuma sentença, por mais autoritária que seja, conseguirá calar. O Brasil profundo, aquele que trabalha, que acorda cedo, que luta pelos filhos, sabe o valor da liberdade. E é esse Brasil que vai resistir.
A resistência conservadora não se faz com violência, mas com coerência. Não se impõe pela força, mas pela verdade. Não se alimenta de ressentimento, mas de fé. Fé em Deus, fé na justiça que transcende os tribunais dos homens, fé em um futuro onde a dignidade será restaurada. Como dizia Rui Barbosa, mais vale um minuto de liberdade do que uma vida inteira de submissão.
Os que hoje se sentem donos do poder esqueceram uma lição básica da história: nenhum império de arrogância sobrevive ao juízo da consciência coletiva. A glória construída sobre a opressão é fugaz. A verdade, por mais que tentem silenciá-la, sempre encontra um caminho. Pode demorar, mas ela vem. E quando vem, arrasta junto a máscara dos hipócritas.
É preciso, sim, denunciar os abusos, os exageros, as arbitrariedades. Mas também é preciso ir além. É preciso reconstruir. O Brasil precisa ser reconstruído sobre pilares sólidos. A moralidade pública precisa voltar a ser prioridade. A autoridade precisa voltar a ser exercida com humildade e respeito. O servidor público precisa voltar a ser, como o nome indica, um servidor, não um tirano disfarçado de guardião da democracia.
Há um Brasil que resiste. Um Brasil que ora, que trabalha, que educa seus filhos com valores. Um Brasil que ainda acredita na honestidade, no mérito, na justiça verdadeira. Esse Brasil não aparece nas manchetes, mas pulsa em cada esquina. Ele não grita nos palanques, mas chora nos bancos das igrejas. Ele não impõe decretos, mas ensina pelo exemplo. É esse Brasil que irá vencer.
Não há toga que resista ao clamor de um povo consciente. Não há censura que cale a alma de uma nação que reencontrou sua identidade. A direita brasileira, muitas vezes ridicularizada por uma elite intelectual arrogante, tem demonstrado uma maturidade impressionante. Temos aprendido a organizar, a debater, a construir alternativas. E é isso que mais incomoda os donos do sistema.
A vitória do pensamento conservador não virá do confronto estéril, mas da superioridade moral e intelectual que sustenta nossas convicções. Somos herdeiros de uma tradição que valoriza a verdade, a família, a fé, a propriedade, a vida. Nossos adversários oferecem o caos, o relativismo, a desconstrução, o niilismo. Nós oferecemos sentido, direção e esperança.
Por isso eles têm medo. Medo da verdade, medo da fé, medo da liberdade. Porque sabem que não podem vencê-las com argumentos, apenas com censura. E quando tudo o que resta a um sistema é silenciar, é sinal de que ele está morrendo.
O Brasil que sonhamos não é um Brasil dividido por rancores ideológicos, mas unido em torno de princípios eternos. A verdadeira paz não é a ausência de conflito, mas a presença da justiça. E não há justiça onde há perseguição política, onde há presos por opinião, onde há juízes que se acham deuses e cidadãos tratados como hereges.
O momento exige coragem. Coragem para falar. Coragem para resistir. Coragem para continuar sendo quem somos. O conservadorismo não é moda, é missão. Não é ressentimento, é responsabilidade. E nossa responsabilidade, como homens livres, é não permitir que o Brasil se transforme em uma caricatura autoritária.
A história é implacável com os que abandonam seus princípios. Que ela nos encontre de pé, firmes, confiantes. Com a cruz no peito, a pátria no coração e a verdade na alma.
Léo Vilhena | Jornalista