365 dias

365 dias.

Mãe, já se passaram 365 dias desde que a senhora partiu. Um ano inteiro se foi, mas para mim ainda parece ontem. Naquele 31 de agosto, às 21h30, eu perdi mais do que uma mãe. Perdi minha amiga, minha incentivadora, minha protetora, aquela que me deu a vida e sempre esteve ao meu lado, mesmo nos dias mais difíceis.

É impossível colocar em palavras a dor que sinto. A senhora foi quem cuidou de mim quando ninguém mais tinha forças. Foi quem acreditou nos meus sonhos quando até eu duvidava de mim mesmo. A sua voz era o meu abrigo, seu abraço era o meu porto seguro, e seu olhar era a certeza de que tudo ficaria bem, mesmo quando o mundo parecia desabar.

Um ano sem a senhora é como atravessar um deserto sem água. Cada dia que passa é uma saudade que cresce. Não há manhã em que eu não me lembre do seu sorriso, nem noite em que eu não deseje ouvir de novo sua voz dizendo que estava orando por mim. É um vazio que nada nem ninguém consegue preencher.

Ainda assim, procuro me agarrar às memórias. Recordo-me das nossas conversas demoradas, das vezes em que a senhora me corrigiu com firmeza, mas sempre com amor. Lembro-me da mesa farta que preparava, não pelos pratos em si, mas pelo cuidado em reunir a família. Lembro-me da sua fé inabalável, da maneira como me ensinou a confiar em Deus mesmo nas tempestades.

Hoje entendo que sua partida não foi o fim. A senhora vive em mim, em cada gesto, em cada valor que carrego. O que sou e o que ainda serei tem muito de você. A saudade dói, mas também me impulsiona a honrar a sua memória. Quando penso em desistir, lembro-me de como a senhora sempre dizia para eu ser forte, para não perder a esperança.

Mãe, não houve um único dia neste ano em que eu não tivesse vontade de lhe contar alguma coisa. Uma conquista pequena, uma luta travada, uma oração respondida. Eu fecho os olhos e quase posso ouvir sua risada, aquela que iluminava o ambiente e aliviava qualquer peso.

Sei que um dia nos encontraremos novamente, e esse pensamento me consola. Até lá, guardo comigo cada ensinamento, cada exemplo, cada lembrança. Sua ausência é física, mas sua presença é eterna. O amor de mãe não morre, ele atravessa a eternidade.

Hoje, olhando para trás, percebo que a senhora deixou um legado. Não apenas para mim, mas para todos que tiveram o privilégio de conhecê-la. O legado da fé, da coragem, da generosidade e da dedicação. E é nesse legado que encontro forças para continuar caminhando.

Mãe, já são 365 dias sem a sua presença, mas não há um só segundo em que eu não sinta seu amor me sustentando. Obrigado por ter sido quem foi, por ter me amado como amou. Descansar em paz é pouco diante da vida que viveu e do exemplo que deixou.

A saudade é imensa, mas o amor é ainda maior.

Até breve…

Autor

  • Sobre o autor

    Léo Vilhena é fundador da Rede GNI e atua há mais de 25 anos como jornalista e repórter, com passagens por veículos como Jornal Unidade Cristã, Revista Magazine, Rede CBC, Rede Brasil e Rede CBN/MS. Recebeu o Prêmio de Jornalista Independente, em 2017, pela reportagem “Samu – Uma Família de Socorristas”, concedido pela União Brasileira de Profissionais de Imprensa. Também foi homenageado com Moções de Aplausos pelas Câmaras Municipais de Porto Murtinho, Curitiba e Campo Grande.

    Foi o primeiro fotojornalista a registrar, na madrugada de 5 de novembro de 2008, a descoberta do corpo da menina Raquel Genofre, encontrado na Rodoferroviária de Curitiba — um caso que marcou a crônica policial brasileira.

    Em 2018, cobriu o Congresso Nacional.

    Pai de sete filhos e avô de três netas, aos 54 anos continua atuando como Editor-Chefe da Rede GNI e colunista do Direto ao Ponto, onde assina artigos de opinião com olhar crítico, humano e comprometido com a verdade.


    "Os comentários constituem reflexões analíticas, sem objetivo de questionar as instituições democráticas. Fundamentam-se no direito à liberdade de expressão, assegurado pela Constituição Federal. A liberdade de expressão é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal brasileira, em seu artigo 5º, inciso IV, que afirma que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato"


    NOTA | Para ficar bem claro: utilizo a Inteligência Artificial em todos os meus textos apenas para corrigir eventuais erros de gramática, ortografia e pontuação.

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